Reconhecer a batalha da esperança e do medo

Todos os operadores de mercado, desde o principiante de olhos arregalados até ao veterano mais experiente, enfrentam uma luta interna diária. Não se trata apenas de cronometrar o mercado ou detetar padrões. É algo mais profundo. Um silencioso e constante braço de ferro entre duas das mais poderosas emoções na negociação: esperança e medo.

Não estão no seu software de gráficos e não os verá no seu calendário económico, mas influenciam as suas decisões de negociação mais do que qualquer indicador alguma vez poderia.

Esperança: o otimista perigoso

A esperança pode ser uma coisa maravilhosa. Dá-lhe início na negociação, alimenta a sua ambição e mantém-no em movimento após uma perda difícil. Mas no momento errado, torna-se no seu pior inimigo.
Imagine que entrou numa transação. Esta move-se contra si. O seu stop-loss está a aproximar-se, mas em vez de sair, pensa: "Vai voltar a subir. Tem de ser." Isso é a esperança a falar e está a mentir-lhe.
Ignora-se as bandeiras vermelhas. Aguenta-se, ajusta-se a paragem, talvez até se dobre. Antes que se aperceba, o que deveria ter sido uma perda controlável torna-se num erro que destrói a carteira.
A esperança tem uma forma sorrateira de transformar um comerciante num jogador.

Medo: o assassino de lucros

O medo, por outro lado, não espera. Ataca cedo.
Fez a sua análise. Entra na transação. Mas depois vem um pouco de volatilidade, uma vela vermelha, uma manchete. O seu instinto aperta-se. Fecha o negócio com um pequeno ganho, ou pior, com uma perda prematura.
Depois, assiste, impotente, ao facto de a transação atingir o seu objetivo original.
O medo não só provoca más transacções, como também impede que as boas transacções atinjam o seu potencial. Convence-o a evitar o risco, mesmo quando este é calculado e justificado. Ele sussurra: "E se estiveres errado?" E muitas vezes, damos-lhe ouvidos.

Reconhecer a batalha

A parte mais difícil? Ambas as emoções parecem razoáveis no momento.
A esperança pode parecer confiança. O medo pode parecer cautela. Mas quando qualquer um deles assume o controlo, a sua negociação torna-se reactiva e não estratégica.
Eis o que aprendi ao longo dos anos: não é possível eliminar estas emoções, mas é possível geri-las.

Domar a esperança e o medo

Então, como manter o controlo quando as emoções se exaltam?

1. Ter um plano de negociação sólido

Um plano detalhado com regras de entrada, estratégias de saída, limites de risco e tamanhos de posição é a sua base. Mantenha-se fiel a ele. Não importa o que aconteça.

2. Utilizar religiosamente os stop-loss

Não são opcionais. Um stop-loss não é apenas uma proteção, é uma disciplina em formato digital.

3. Manter um diário de negociação

Acompanhe as suas transacções, mas também os seus pensamentos. O que estava a sentir? Porque é que se desviou do seu plano? Irão surgir padrões e essa consciência é inestimável.

4. Aceitar as perdas como parte do processo

Nenhuma estratégia ganha 100% do tempo. A sua função não é evitar perdas, mas sim geri-las.

5. Deixar o ego à porta

O mercado não é pessoal. Não se preocupa com as suas esperanças, os seus receios ou a sua última opinião. Trate cada negócio objetivamente.

 

Considerações finais

A verdadeira batalha na negociação não é com os mercados, é consigo próprio.
A esperança manter-te-á agarrado quando deverias deixá-la ir. O medo fá-lo-á fugir quando deveria manter o rumo. Mas o trader que ganha consistentemente não é o mais inteligente ou o mais sortudo, é aquele que domina a sua mente.
Controle as suas emoções e controlará a sua vantagem.

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